Dias desses durante um seminário na
Universidade me flagrei observando as
pessoas, na sua maioria mulheres, de varias faixa etárias e todas se não já
professoras, futuras...
E me chamou atenção, algo que pra
outras pessoas podem nem fazer sentido.
Os brincos, isso mesmo: “os
brincos”, e uma coisa me deixou inquieta
e intrigada , era assustador o número delas, inclusive eu, usando brincos de
pérola nas orelhas, comecei então á
olhá-las com mais atenção e vi trejeitos, vestimentas características .
Apesar de todas as peculiaridades
individuais, parece que depois que começamos á pensar como educadoras, tem
objetos que meio que nos trazem uma referência.
Eu sei que a docência não tem nada
de uniforme, muito menos os docentes ou futuros docentes, mas me intriga
bastante são as mudanças de postura, das quais só tenho completa precisão em
falar das minhas, e mesmo assim, posso dizer que tenho muito ainda o que mudar.
Eu passei de aluna rebelde, á
aluna consciente, tendo ainda reivindicações, mas de uma forma mais passiva,
praticando mais empatia, me cobrando tanto, quanto cobro dos outros.
Existe nisso tudo a obviedade do tempo, das experiências, dos livros que li,
de tudo que já vi, me colocando em um
grau de maturidade diferente, em que enxergo o mundo além dos meus sonhos.
Mas um desses sonhos continuam á
me perseguir, embora hoje saiba que não posso fazê-lo sozinha, mas ser
professora será a minha parcela de contribuição pra realizá-lo: “Mudar o mundo”,
soa forte quando se diz tão diretamente,
mas desde minha adolescência, nos meus anos de militância, tantas ânsias, tantas perguntas, poucas respostas.
Mas se tem algo que me fere, é a miséria humana, e não só, a miséria
material, mas a miséria de informação, a miséria do conhecimento, a miséria do
senso crítico, de opinião própria, de senso
coletivo.
E por vezes me questiono, como
fazer pra acordar, todos esses que andam por aí, seguindo as tendências, se
distraindo com festas populares e reality
shows e nada sabem? Será que
se encontram em transe, por eles mesmos concedido? As coisas estão boas como estão?
“Laissez faire, laissez
passer, lê monde va de lui même” (Deixe fazer, deixe passar, o mundo vai por si
mesmo)
Quantos séculos precisarão
passar, pra tomarmos consciência que estamos sendo apenas peças de um jogo
muito maior, e que se não formos autônomos nas nossas atitudes diárias, seremos
apenas manipulados pelo poder, seja do
estado, dos meios de comunicação, pelas convenções sociais, mergulhadas hoje,
no consumismo indiscriminado, e na miséria total do ser humano, tornado –o apenas
uma coisa: consumidor.
Pra que pensar em mudar não é?
Dá muito trabalho, melhor ser
explorado e ter como comprar...
Oi, Mônica!
ResponderExcluirCheguei aqui por indicação de uma aluna do ensino médio curso normal!
Gostei muito do teu texto!
E penso que devemos, embora seja um pouco difícil, realizar nossas contra-hegemonias possíveis!
Nós, professoras, temos esse compromisso social - instigar os alunos, de todas as idades, a refletir sobre a sociedade pautada no consumo, no individualismo...
Sonho e me movimento em busca de um outro mundo possível, mais justo, menos desigual!
Abraços
Depois que saimos do ônibus comecei a pensar sobre tudo o que conversamos ao longo de 6 horas e após ler este texto o comentário que fizemos de "a ignorância é uma benção" virou uma inverdade para mim, o que seria do mundo se ninguém tivesse conciencia? Se boa parte dos professores não perdesse este espírito de "mudar o mundo", como comentamos, com toda a certeza o mundo já teria mudado. Somente o professor tem a capacidade de moldar o futuro cidadão, os pais também tem este papel porem cabe ao professor abrir os olhos dos filhos de quem já está cego pelo sistema. Fica aqui o apelo de um futuro professor, somente com a nossa ajuda o mundo irá mudar, não podemos desistir dos alunos, é preciso se reciclar para conseguir cativa-los.
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